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Cinco Horizontes

Porque é importante não ter só um

Cinco Horizontes

Jon Snow vai a um jantar (ou a única vez que achei piada ao Kit Harington)

Posso considerar que As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin, foram (e espero continuarem a ser) um marco nas minhas leituras. É tão raro encontrar livros que me cativem da mesma forma, e ainda que considere que a qualidade em crescendo até ao terceiro volume não tenha sido replicada no 4.º e 5.º e que o autor talvez se esteja a exceder na quantidade de personagens e enredos, é difícil esquecer as sensações que os seus livros me proporcionaram.

 

Perante isto, é natural que tenha ficado super-entusiasmada com a notícia de que os livros iam ser adaptados à tv. Uma das maiores curiosidades era ver o que iam fazer com a minha personagem preferida, Jon Snow, uma vez que muita da força da personagem vinha dos seus pensamentos e emoções, num contexto em que não era propriamente fácil passá-los em diálogos. E a verdade é que numa primeira temporada super-fiel ao livro, esta personagem foi precisamente a que achei ter ficado aquém, porque não me pareceu que a sua riqueza tivesse sido bem transportada para a tv - talvez porque, lá está, em termos de diálogos foram muito fiéis ao material de origem. Na altura, achei que o que estava em falta na personagem eram formas de mostrar o seu carisma, mas com o avançar para a segunda e terceira temporadas, formei uma opinião que provavelmente não é muito consensual, mas que não consigo evitar: acho que o Kit Harington não é o ator ideal para o papel. É demasiado deprimente, quando a personagem não o deveria ser, é pouco expressivo e pouco carismático. Por isto tudo, e porque quando estava a ler o 5.º livro estava "infetada" com esta ideia da personagem e não a aproveitei a 100%, decidi deixar de ver a série ainda a 3.ª temporada não tinha chegado a meio.

 

Uma ou outra vez tenho vontade de voltar a ver, especialmente quando estreia uma nova temporada e o entusiasmo nas redes sociais anda ao rubro. Mas depois lembro-me que o mais provável é a série terminar antes do livro e que, apesar de George R.R. Martin ter dito que o mais certo é existirem várias diferenças entre os contornos da história e os do livro no que respeita ao seu final, não acredito que nos elementos centrais ocorram divergências. Isto significa que quem vê a série vai saber como isto tudo acaba antes de quem lê os livros. Depois de tantas horas dedicadas a estes livros (que já reli) não quero saber como acabam de outro modo sem ser através deles. Vai ser difícil, porque os spoilers vão certamente abundar, mas espero não tropeçar neles acidentalmente.

 

Isto tudo para chegar ao que despoletou este post. No programa "Late Night with Seth Meyers" fizeram uma rábula em que Jon Snow era convidado para um jantar com um grupo de pessoas contemporâneas. Muito engraçado. Vinga pela ampliação cómica daquela que é a vida deprimente de Jon Snow e pela interação entre pessoas do nosso tempo e uma personagem fictícia que vive num mundo medieval. Como o título do post indica, foi sem dúvida a cena mais bem conseguida em que vi esta personagem envolvida. Aqui está:

 

 

True Detective - segunda temporada

Nos últimos tempos, tenho visto poucas séries. Os motivos são vários, mas o principal é que prefiro dedicar o meu tempo livre à leitura. Ainda assim, em 2014, uma das que vi foi True Detective, com Matthew McConaughey e Woody Harrelson nos principais papéis. Apesar de algum pendor filosófico, mais visível nos excelentes diálogos, é uma série dinâmica e que nos deixa agarrados à cadeira, em constante suspense sobre o que vai acontecer.

 

A segunda temporada estreia a 21 de junho e tanto a história como os protagonistas serão completamente diferentes, ainda que a série seja igualmente escrita por Nic Pizzolatto. Desta vez, os atores com maior nome são Colin Farrell, Vince Vaughn, Rachel McAdams e Taylor Kitsch. O primeiro teaser trailer apareceu ontem, para abrir o apetite: 

 

 

Estou muito curiosa para ver o que vai sair daqui.

 

Odisseia

Terminou ontem esta série de produção nacional, protagonizada por Bruno Nogueira e Gonçalo Waddington. De um modo geral, foi uma espécie de inception de séries: os dois faziam de si próprios numa série, com vários saltos aos bastidores. Foi também, fui percebendo pelos comentários li no twitter, um manancial de referências, especialmente cinematográficas, mas também musicais - basta recordar o episódio onde tem grande destaque a figura de António Variações.

Posso dizer que vi cerca de metade dos episódios completos, e a outra metade fui vendo aos bochechos. Ri-me de algumas coisas, achei outras engraçadas e curiosas, mas desde o início que percebi que havia ali qualquer coisa que não me cativava completamente. Vejo comentários acerca de quão brilhante foi, de que isto sim, é verdadeiro serviço público, de como foi algo arriscado e completamente diferente. Com estas duas últimas características concordo sem reservas, mas de resto tenho de admitir que não fiquei fã. Foi demasiado alternativo para o meu gosto, não consegui perceber para onde a série caminhava, onde queria chegar nem tão pouco o que estava a fazer para tal. Eu gostava de ter gostado, a sério que sim, mas não consegui. Fez-me sentir burra várias vezes por não ter apanhado as ditas referências, e por ser rotulada de humor (e outras coisas) inteligente, faz-me pensar que se não gostei é porque não o sou. 

Não podemos gostar todos do mesmo, não é?