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Cinco Horizontes

Porque é importante não ter só um

Cinco Horizontes

Isto de ser mãe

É a coisa mais difícil que fiz.

 

Toda a ideia de ter um filho é assustadora, mas quando se toma essa decisão e se concretiza, a sensação é um misto de alegria, medo e muitas expectativas sobre o que vai ser, como vai ser, o que se vai fazer. Muito pouco corresponde ao que na verdade sucede, começando pelo decorrer da gravidez, passando pelo parto e terminando no dia-a-dia com o bebé.

 

E se, como no meu caso, sempre se foi uma pessoa muito necessitada do seu tempo, espaço e de períodos calmos e lhe calha na rifa um bebé cheio de energia, imaginem. Adoro o meu filho, mas há muitas vezes que me falta a paciência para tomar conta dele. Todo o processo de me convencer que não sou má mãe por causa disto é duro, muito duro.

 

Há vários baby-blogs na blogosfera portuguesa. Conheço alguns e leio ocasionalmente. Cada vez menos, porque me fazem sentir mal. Eu sei que o problema não é deles, é meu. Mas quando vejo textos melosos que jamais serei capaz de escrever, quando vejo as mil e uma coisas que fazem (ou dizem fazer), as milhentas atividades diferentes, as formas que arranjam de ajudar o bebé a evoluir, as mães perfeitas que aparentam ser, sinto-me deprimida. 

 

Mas é só até ver o meu filho sorrir para mim e ver-lhe os olhos a brilhar quando o vou buscar ao colégio ao fim do dia. Nessa altura, as inseguranças, os medos, o cansaço... todos eles desaparecem. Não sou má mãe, porque adoro o meu filho e faço o melhor que posso e lhe dou tudo aquilo que consigo. Fica a esperança que ele um dia tenha noção disso.

Os filhos dos outros

 


Já tinha acontecido com o fenómeno Tokyo Hotel e volta a repetir-se: a loucura das adolescentes que as leva a ir para o local do concerto dias antes e por lá pernoitarem, muitas vezes acompanhados pelos pais. É fácil erguer a voz para dizer mal: das adolescentes, que não percebem a estupidez de terem tatuagens dos seus ídolos, dos pais, por deixarem que os façam e ainda se juntarem à festa.
 
Se há coisa que ser mãe me ensina todos os dias é que é muito fácil falar de fora, criticar a forma como as outras pessoas educam os seus filhos. Se eu deixava uma filha minha fazer tatuagens do seu artista preferido aos 15 anos? Muito provavelmente não, tentando explicar-lhe que já tive 15 anos, já tive grandes pancadas por figuras públicas e que isso passa. Mas quem sou eu para condenar a filha que quer e os pais que deixam?

Sobre gravidez/maternidade

A quantidade de vezes que nos dizem: "Isso passa"; "Depois habituas-te".

Obrigadinha, mas eu sei. Não passei ainda a essa fase, mas sei que passa. Deixem-me só curtir um bocado a minha tristeza presente. Dizerem-me que vai passar não ajuda a que passe por artes mágicas. Portanto, dispenso comentários genérico-pseudo-reconfortantes.