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Cinco Horizontes

Porque é importante não ter só um

Cinco Horizontes

Lady Gaga

Depois de algum tempo fora da crista da onda, Lady Gaga voltou ontem a ser muito elogiada. O motivo foi este:


Na última edição dos Óscares, Lady Gaga homenageou os 50 anos do icónico filme "Música no Coração" e o resultado foi o que se viu - uma interpretação fantástica, que deixou de lado os fatos excêntricos e se concentrou na voz da cantora.

Confesso-me fã da Lady Gaga. Não fã acérrima, mas ouvi muito o The Fame e o The Fame Monster e posso dizer que gosto da maioria das músicas. Fui vê-la ao Pavilhão Atlântico (agora MEO Arena) e gostei do espetáculo. Não gostei muito do Born This Way e muito menos do ARTPOP, não sei se por se ter perdido o fator "novidade" se por as músicas terem sido menos inspiradas. Mas a verdade é que me dá um certo gozo ver Lady Gaga de novo na ribalta e precisamente por causa desta prestação. Eu já tinha visto vídeos como este e sabia que ela sabia mesmo cantar e tocar, por isso isto não foi uma completa surpresa, apesar de ter sido das boas.

Será este o virar de rumo na sua carreira? Não sei, mas que foi um dos mais importantes lá isso foi.

Os anos 90

Quando descobri o Spotify e dei uma vista de olhos no programa, pensei: "Boa, esta ferramenta tem muito potencial para descobrir novas músicas, ouvir o que vai fazendo sucesso e de vez em quando ouvir algumas das minhas músicas preferidas". E comecei a utilizar o programa.

 

Mas já devia saber o que a casa gasta. Vou ouvindo algumas coisas mais recentes, mas a verdade é que 90% do que ouço no Spotify são músicas dos anos 90. Dou voltas e mais voltas e é o que me apetece ouvir na maioria das vezes. Claro que o facto de dois dos meus grupos preferidos seram da era grunge ajuda, mas a verdade é toda a década musical me fascina. Adoro os No Doubt, os Bush, os Foo Fighters, os Blur, os Silverchair... e aqueles grupos praticamente one-hit wonders, que ficaram pelos anos 90 - como os 4 Non Blondes, lembro-me agora.

 

Nos anos 90, a única forma que tinha de conhecer novas coisas era colar-me ao rádio e ver o Top+. Tinha a sorte de ter um rádio com dois decks, o que me permitia gravar as músicas que queria da rádio e depois polir a coisa gravando para outra cassete as músicas pela ordem que queria e cortando as interjeições irritantes dos locutores no início ou no fim das músicas. E as horas que ficava a ouvir rádio, sempre com a cassete pronta a gravar, à espera que passasse a música tão desejada? Com o Top+ acontecia a mesma coisa, mas com cassetes de vídeo. Tinha montes delas com os meus videoclips preferidos, para rever sempre que me apetecesse. 

 

Acho que a dificuldade que tinha em "arranjar" música para ouvir ou ver ajudou a dar importância ao que conseguia. As cassetes de rádio e as cassetes de vídeo eram autênticas relíquias. Ah, a felicidade que foi quando andava no 8.º ano e os meus pais me compraram um walkman da Sony, que tinha a espetacular funcionalidade de não ser preciso tirar a cassete para mudar de lado! A única cassete original que alguma vez tive foi o Crossroads, dos Bon Jovi (um best-of), que na altura ouvi até à exaustão.

 

E porque não havia internet, ou pelo menos eu não tinha, a única fonte que tinha para saber as letras das músicas eram os livrinhos que acompanhavam os CD (estes livrinhos ainda trazem as letras? Há anos que não compro um CD original). E eu sabia-as todas, palavra por palavra. Muito tempo nas mãos? Talvez :)

 

Tal como noutra década qualquer, os anos 90 tiveram música muito boa e música muito má. Mas acho que mesmo a má me traz um sentimento de nostalgia por um tempo em que a música era "escassa" e, por isso, eu lhe dava mais valor. Claro que a excelente ferramenta de divulgação que é a internet me permitiu conhecer músicas e artistas que provavelmente nunca teria conhecido de outra forma, mas pessoalmente sinto-me um pouco "bombardeada" de música e tanta coisa acaba por resultar num regresso às músicas que me acompanharam na adolescência. E sabe sempre bem.